quarta-feira, dezembro 31, 2008

Dois mil e nove!!!!!!!!!! yupi!


o que eu vivi em 2008 e as marcas que me deixou é mais ou menos transmitido pela imagem. Um autêntico furacão. Tive coisas boas, más, muito boas, muito más. Aconteceu-me tudo, fiz um pouco de tudo, e ainda tive tempo de partir as costelas.

Intenso. Que 2009 também assim seja.

FELIZ 2009!!!!

terça-feira, dezembro 30, 2008

jura?


Jura que não vais ter uma aventura
Dessas que acontecem numa altura
E depois se desvanecem
Sem lembrança boa ou má
E por isso mesmo se esquecem

Jura que se tiveres uma aventura
Vais contar uma mentira
Com cuidado e com ternura
Vais fazer uma pintura
Com uma tinta qualquer
Que o ciúme é queimadura
Que faz o coração sofrer

Jura que não vais ter uma aventura
Porque eu hei-de estar sempre à altura
De saber
Que a solidão é dura
E o amor é uma fervura
Que a saudade não segura
E a razão não serena
Mas jura que se tiver de ser
Ao menos que valha a pena

Rui Veloso, Jura


segunda-feira, dezembro 29, 2008

o amor é fódido


Continuamos com a temática literatura.
Estou a dedicar-me a este clássico da literatura portuguesa contemporânea, do Miguel Esteves Cardoso - " O Amor é fodido".

É provavelmente a melhor expressão para definir o Amor. Ou amor, com letra pequena.

O Amor é no fundo quase um virgem. Nós bem tentamos fodê-lo de todas as formas possíveis e imaginárias, mas quem acaba sempre fodido, somos nós.

domingo, dezembro 28, 2008

Senhora viagem


O Pai Natal deve achar que eu sou intelectual, porque este ano encheu-me o sapatinho com livros. Entre eles, presenteou-me com este do Gonçalo Cadilhe, esse senhor viajante.

Reúne textos já publicados e outros inéditos, dos 4 cantos do Mundo. Nunca tinha lido nada da sua autoria, e a bem dizer é o primeiro livro de viagens a que me dedico. Nunca fui muita nessa de literatura de viagens, não sei bem porquê. Acho que às tantas, me dá aquela "invejinha" (porque a inveja é uma coisa muito feia) de pensar... " ah também gostaria de ter ido aqui e feito isto" e porque quero manter algum mistério sobre os lugares que aindas não conheci.
Mas a verdade é que estou bastante entusiasmada com o livro, já li algumas coisas. O facto do gajo ser português até me dá uma certa proximidade, do que se fosse um livro de um viajante de uma qualquer outra nacionalidade. Não consigo explicar.

A sua escrita é simples. O mais importante são os locais e o que passou através das palavras que escreve. Gosto também da postura de assumir-se como um privilegiado pelo estilo de vida que tem.
Pode ser que um dia eu também possa fazer fazer uma volta ao Mundo.

"...que uma viagem é uma coisa muito séria : ninguém regressa igual a casa.Quando viajamos não é apenas o espaço que muda; é o próprio tempo que se altera. Entre o que éramos quando partimos e o que nos sentimos ser quando regressamos, passa uma corrente de transformações pessoais, uma evolução íntima que não corresponde ao modo normal, corrente, ao modo habitual de crescimento espiritual dos seres humanos. Para lá do tempo físico, objectivo, que durou a viagem, houve outra dimensão de tempo onde parte da nossa alma andou a caminhar. Uma viagem é uma coisa muito séria."

do texto Caraíbas: A Colômbia à vista in Tournée, Oficina do Livro 2008

o lugar continua teu.

men are not nice guys ( último de 2008)


Sir Sean Connery

terça-feira, dezembro 23, 2008

querido Pai Natal


Querido Pai Natal,

Estás a chegar amanhã, não é assim?
Desculpa a minha birrinha de ontem, já me passou.
Queria fazer-te mais um pedido. Os outros tu já sabes, e eu não me vou repetir mais que eu sei que tu tens muito que fazer.
Mas há algo muito importante que eu queria que tu anotasses :

DIZ A TODA A GENTE PARA PARAR DE ANDAR NA RUA ATULHADOS DE 20 SACOS NA MÃO A IMPEDIR QUE OS OUTROS PASSEM DECENTEMENTE, E QUE PONHAS UMAS BOMBAS DE CHEIRINHO EM TUDO O QUE É ESPAÇO COMERCIAL!
É QUE EU JÁ NÃO AGUENTO MAIS TANTA GENTE NA RUA... E NA SEMANA PASSADA NÃO CONSEGUI ANDAR DE CARRO EM LISBOA, PORQUE TODO O SANTO PORTUGUÊS FICA TODO ALVORAÇADO E LOUCO COM O ESPÍRITO NATALÍCIO, E COM OS JANTARES DE NATAL!


Até amanhã Pai Natal.
A tua sempre amiga,

Kit Kat

segunda-feira, dezembro 22, 2008

tratado do dia do aborrecimento

Hoje tou zangada. estou mesmo.
Gosto de sorrir, quando me sorriem.
E também gosto de não mostrar os dentes nem boa disposição quando do outro lado mostram o mesmo.
Aprovo a lei do "dá o que recebes". Embora a lei também seja " you get what you give".
Quando é que tudo começou?
Quando é que comecei a receber pouco? Quando passei a dar pouco? Ou quando comecei a receber pouco e daí senti que devia dar menos, ou apenas o suficiente?
Não gosto de viver com raiva e amargura dentro de mim, a infestar-me a mente e o coração. Se assim fosse, envelheceria mais cedo. E eu não quero...
Vou deixando de tar triste. Passo apenas a ser indiferente. A vida ficará mais vazia?A vida também é vazia quando sentimos a balança desiquilibrada.
Há ainda quem mereça e saiba, receber-esses ainda merecem um pouco da força que resta.
Por vezes são meros desconhecidos, e que passam brevemente pela nossa vida.
Isto faz-me ainda mais sentido nesta altura do Natal, onde dar e receber são verbos usados ao pontapé.Ui,o meu espírito natalício está mesmo em altas.
Deixei-me de importar.

Um dia faço as malas e vou.

domingo, dezembro 21, 2008

quinta-feira, dezembro 18, 2008

jazz-me muito

Gosto bastante de jazz.
Gosto e pronto. Relaxa-me, mete-me bem disposta. Anima-me, faz-me lembrar coisas passadas, mete-me ritmo nos pés e no corpo. Faz-me também adormecer. Serve-me para tudo, só depende do meu estado de espírito e de como me sirvo do jazz quando o ouço.

De bom grado transformaria a minha casa, ou só o meu quarto num bafiento clube de jazz. Um estrado ao fundo. 4 músicos em palco. Imagina-os gordinhos e de pele escura. Vestidos de fatinho e com o chapéuzinho cliché.
Com um sorriso na cara e a abanarem-se ao som da música que nos tocam.
Um barman com um bigodinho, magrinho, com um sorriso tímido.
Mesinhas pequeninas e baixinhas onde se vão acumulando uns copos, os cigarros de quem os fuma. Cadeiras e bancos de veludo, talvez com umas franjinhas.
Não há muita luz sequer.
A música e as gargalhadas de quem se vai rindo no meio da música.

E toda a gente vestida com a moda dos anos 20.

sexta-feira, dezembro 12, 2008

caso acaso

Não, o palco não é um bicho papão.
Afinal de contas, ele é pequenino, e eu no momento em que o pisar vou ter meio metro a mais. Vou ser grande.
A voz nem o texto não vão falhar, nem vou tremer de frio. Vou ser tão colorida quanto a tenda do circo que nos abriga, e vou contrastar com o preto dos panos que rodeiam o palco.
Vou brincar com o texto, dar-lhe ainda mais entoações, vou fazer as emoções das personagens as minhas emoções, e esquecer-me de mim naquele momento.

Apenas as luzes e os colegas de palco. Os olhos daqueles que estão nas bancadas vejo-os pregados em nós, mas não intimidam.

A minha maior personagem sou eu, mas para essa tenho todos os outros dias da minha vida.

terça-feira, dezembro 09, 2008

nervoso miudinho



coisas de gaija

-Os homens são uns filhos da mãe.
- Não são nada, coitadinhos. São tão queridos. Tu só tens de agir como eles. Ou ainda pior
.


She got a nasty reputation and a talent for sin
She's the kinda trouble i'd like to be in
I wanna be a lover - I wanna be a slave
But she's the kinda women makes me wanna misbehave
So give it what you want boy - let's make it understood
That if ya wanna be bad ya gotta be good

Bryan Adams, If you wanna be bad ya gotta be good

o retrato de alguém pode ser isto


Querida ,
Lamento informar-te mas não poderei comparecer em tal evento por motivos de saúde. Pois é, como tu sabes desde que vim de Valência que me têm acontecido alguns precalços e o mais recente foi a caminho do trabalho (não sei se te disse q estou a trabalhar na Av. de Liberdade agora). Estava em caminho ou a regresso do trabalho (ja não me lembro muito bem) e tive um acidente, nao de carro mas de metro!!!
Sempre ouvi imensas piadinhas sobre isto mas não é q acontece mm? E logo comigo?Pois é, conclusão:algumas costelas partidas e vou ter q mm ficar em casa. Mas nem tudo é mau. Para compensar a minha ausência depois envio.te um convite para a minha peça de teatro.Sim pq eu agora faço teatro nao sabes? A Angelina Jolie que se prepare! ah é verdade, depois também podemos combinar um cafezinho para te mostrar as fotos de qd fui a Paris!Boa?

Beijinho grande,
by Vitamina

assim seja

A única forma de se libertar de uma tentação é entregar-se a ela.

Óscar Wilde

domingo, dezembro 07, 2008


apareceste-me lá em casa, com 2 garrafas de vinho. O vinho de sempre, já nem precisávamos de conversar sobre qual o vinho que comprar porque era sempre o mesmo. Disseste que tinhas convidado muita gente para uma festa essa noite.
Maliciosamente puseste as 2 garrafas em cima da mesa e olhaste para mim. Querias que eu bebesse. Uma garrafa para mim, outra para ti. Soube-o, sem me dizeres nada. Sei de cor o teu olhar.
E bebemos, bebemos, e eu já não sabia parar. Estavam muitas pessoas em casa, mas eu só te ouvia a ti. O vinho encardia-me a língua, e dançava-me no corpo. Tu contavas-me coisas aos ouvido que eu não sabia e riamo-nos alto. Pusemos a música mais alta ainda, mas os vizinhos até gostavam. Os outros vinham ter comigo, a tentar distrair-me de ti. Faziam o mesmo contigo. Mas eu sabia que aquela noite ia ser nossa.
Riamo-nos alto. Mas tão alto. Mas ninguém entendia as minhas piadas e o porquê das tuas gargalhadas. Às vezes dizias coisas que eu não entendia. eu obrigava-te a repetires 3 vezes. Tu desesperavas e dizias que o vinho já começava a fazer efeito. E eu replicava-te que estavas mais bêbado que eu.
Tu dizias que não, levantavas-te do sofá, pegavas numa das gajas da festa e dançavas com ela. Eu não tinha ciúmes, porque eu sabia porque o fazias.
Estavas a provocar-me, porque é essa a tua natureza. Conheço-te bem. Eu virava a cara para te fingir que me importava. Porque tu gostas de ver as minhas reacções, mesmo quando não te preocupas com elas.
Eu levantava-me do sofá e ia buscar mais um copo de vinho, já não sei de que garrafa. Já andava torta e a rir-me para todos. Algum deles me agarrou e eu ri-me. Tu não te importaste, nem sequer fingiste que olhaste. Sabias que ia acabar a noite contigo.
Os outros invejavam-nos naquela noite. Sabes porquê? porque eles olhavam para nós e sabiam que nós iamos terminar a noite na mesma cama. Faziamos faísca mesmo estando cada um na sua ponta da sala.
E de repente, sem eu me lembrar como, estavamos no quarto.Tu tinhas-me puxado pela mão a dizer-me que tinha que me deitar, porque só fazia disparates. E eu sabia que o grande disparate estava para vir.
Com o barulho ensurdecedor da música da sala, dos risos dos outros,eu já não ouvia nada. Nem tu. Concentramos-nos em nós.
Tínhamos esperado tanto por aquilo. Acabámos satisfeitos.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

podemos pensar nisto


No próximo dia que se sintam mal, em baixo ou que o mundo está todo contra vocês, lembrem-se disto:

uma colega de trabalho esteve em S. Tomé e Príncipe, e numa das muitas vezes que esteve com as crianças pobres que deambulam pelas ruas e que ficam deliciadas quando lhes oferecemos uma caneta, espantaram-se quando ela lhe quis oferecer um rebuçado.
Não sabiam o que era, e muito menos como se abria.


há quem no mundo não saiba o que é um rebuçado.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

64

Se fosse vivo, faria esta semana 64 anos.
Perdemo-lo, e só ( muitos) anos depois foi-lhe reconhecido o talento que sempre teve.
Cabeleireiro e excêntrico, figura inigualável, escreveu canções que sabemos de cor, e que permanecem intemporais, de tão verdadeiras que são as palavras que as constroem.

Em 2004, houve quem tivesse a ideia de para recriá-lo. Continua para mim a ser um albúm imprescindível, e das melhores coisas que já se fizeram com a música portuguesa. Se fosse vivo, António Variações teria gostado, de certeza de todas as músicas.



e eu, tristemente, não assisti a nenhum concerto deles.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

hoje vou dar de beber à dor

Recordações do calor
E das saudades. O gosto
Que eu vou procurar esquecer
Numas ginginhas,
Pois dar de beber à dor é o melhor,
Já dizia a Mariquinhas.

Amália Rodrigues, Dar de beber à dor ( Casa da Mariquinhas)

hoje tou assim