Trabalhar é uma coisa f*dida não é?
Porque é que eu queixava quando era estudante?
Do que é que eu realmente me queixava?
Se não me aptecesse, não ia às aulas. Dormia mais um bocadinho. Baldava-me à ultima aula. Todos os dias me sentava no bar e conversava com os colegas. Todos os dias uma peripécia nova. Se estudava muito, melhor. Se estudava menos, paciência, teria que me desenrascar de outra forma, e confiava nas cábulas ou na inteligência sob pressão. Nunca deixei que o stress de um exame ou de um trabalho de grupo me invadisse.
Tive a oportunidade de não trabalhar enquanto estudava. Mãe...dá-me dinheiro! Pai, dá-me uns trocos. Não ansiava pelo final do mês. Era sempre o final do mês. Reconheço a sorte que tive.
Eu exercia a minha própria pressão, decidia onde me dedicava mais ou me dedicava menos. Conseguia gerir o meu tempo, sair a horas, fazer planos para o pós-aulas.
Não sou infeliz por trabalhar, mas há dias em que tenho saudades da faculdade.
É bom entrar em projectos que nos aliciam, é bom aprender coisas que não tive oportunidade de aprender enquanto estudava, é gratificante lidar com pessoas que sabem muito mais que nós, e surpreender-nos quando conseguimos concretizar as nossas tarefas. É bom também receber ao final do mês. É a compensação de um longo mês de trabalho, e sinal de uma maior independência financeira.
Simplesmente há dias que estou cansada, de cabeça cheia, com medo de falhar, de fazer tudo errado, de o dedo me ser apontado. A pressão do outro lado existe, mas muitas vezes é a minha própria pressão que pesa mais.
Pelo menos, sei que aproveitei os meus tempos de universitária. Que saudades.
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