segunda-feira, abril 13, 2009

no fundo até é uma coisa altruísta

Roubaram-me a carteira. Afiambraram-se dela.
Com dinheiro e documentos lá dentro. Uma carteira que já tinha anos e que eu venerava.

Esta Páscoa fiz alguém muito feliz. Uma Páscoa mais recheadinha com o dinheirinho da minha carteirinha. A próxima vez que me acusarem de ser egoísta, terão de pensar duas vezes.
Se apanhasse quem o fez mostrava-lhe a minha verdadeira faceta altruísta.

Perder a carteira implica irmos à Polícia e à Loja do Cidadão.
Serviços públicos exímios.
O posto da polícia onde me dirigi para dar conta do sucedido fica pertissímo de um bairro social. Ao estacionar lá o carro, pensei "Ok, o pouco que me resta vai-me ser roubado aqui".
Felizmente, nada me aconteceu.

Dois polícias novos, moçoilos espertos, disponíveis e tal que enquanto despachavam o assunto, diziam mal dos colegas e dos chefes. Não há cá pudores. Quando me perguntaram a minha profissão e eu lá respondi um dos polícias simplificou toda a minha vida olhando para mim e dizendo " Ah, faz festas". Eu fiz o meio sorriso amarelo melhor que consegui.
" Olhe menina ligue para a secção dos Perdidos e Achados". Eu liguei " Tou, oh menina mas hoje é feriado ligue para cá na segunda".
Ah, sim senhora, acho bem, que esta gente da polícia também merece descansar nos feriados, nomeadamente nas sextas feiras santas.

Falta portanto essa maratona que é perder umas belas horas na Loja do Cidadão, nesse balcão tão agradável que é " Perdi a carteira". Estou cheia de vontade...

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