A fotografia é minha. Enviei-lhe a foto e ele escreveu o que quis.
Da próxima vez será uma foto dele com um texto meu.
fotografia com direitos reservados
Largo os meus dedos para não prender mais esta luz que me acende.
É como se não tivesse acontecido nada com a diferença que aconteceu e nada é mais real do que esse acontecimento, embora ainda nem eu mesmo saiba o que fomos nós no tempo em que existimos sem sermos as desculpas que inventamos a todos os minutos em que o tempo esteve à nossa frente.
Sejamos honestos: fomos amantes e o nosso romance acabou. Nem tão pouco podemos dizer que a nossa relação acabou. Fomos tudo aquilo que ninguém viu, rodopiamos sobre gestos lentos de ternura e em minutos longos onde os relógios param, fomos felizes e espavoridos que nem crianças a salpicarem água numa poça perdida, éramos muito no pouco e tão pouco naquilo que são tantos. O mundo é tudo aquilo que está lá fora.
Fomos amantes e quase tão insolentes na felicidade, que ninguém nos convidou para as festas, tínhamos o carimbo para não sermos enviados para as ruas que tivessem nomes, onde possivelmente a vida fazia-se de outra forma, os outros encaminham-se para aquelas ruas onde os sentidos são opostos aos ecos dos becos e só as pombas amparam na decrepitude dos candeeiros fustigados onde os caminhos fazem-se sem indícios de saída.
E hoje quando saí a rua, a luz do teu candeeiro esqueceu-se de acender.
by Ephram
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