pus as malas a porta de casa. sem te avisar que me ia embora. tu não me conhecias o suficiente para saber que eu iria partir quase sem avisar. No dia em que disse " vou embora porque já não aguento mais" tu não quiseste acreditar. não quiseste acreditar porque eras cego demais para ver o que estava a tua frente todos os dias, todas as noites, na maçuda rotina, no véu negro que puseste em volta da nossa vida, da minha vida. a tua voz já não tinha frescura, a tua gargalhada já não era alegre nem me divertia, as tuas mãos já não me sabiam tocar nem abraçar, eu já não tinha saudades tuas quando batia com a porta para ir trabalhar e estar o dia todo longe de ti. As tuas piadas começaram a ser secantes, e eu comecei a ver-te feio. Tu estragaste tudo o que eu tinha, tu estragaste o que eu era, porque tu não sabias apreciar aquilo que eu era para ti. Eu sempre fui isto, aquilo, o outro. Tu dizias AMO-TE aos gritos, mas em surdina tu não me suportavas. Apenas estavas acomodado a mim, ao que te fazia porque eras preguiçoso.
Agora, todos estes anos depois, ao olhar me ao espelho e ver os anos a passar, sou muito mais feliz sem ti.
Agora, todos estes anos depois, ao olhar me ao espelho e ver os anos a passar, sou muito mais feliz sem ti.
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