Na semana passada, estive numa "reunião" de âmbito laboral, num ambiente onde se discutia a diversidade e a não discriminação. Aquelas duas mesas estavam algumas pessoas que dedicam o seu trabalho e a sua vida à luta pelo direito de igualdade de género, identidade sexual, crenças religiosas e por aí fora.
No meio daquelas vinte e tal pessoas, houve um total desconhecido que se predispôs a contar a sua história.
Levantou-se, encostou-se à mesa e com o ar mais envergonhado que eu já pude ver num homem de 50 e tal anos e com uma voz em baixo tom começou " Olá eu sou o Raul, sou homossexual, e vou contar-vos a minha história e explicar porque me sinto discriminado, desde que perdi o meu companheiro, o companheiro de toda a minha vida"
Eu não vou partilhar a história, porque pouco interessa. E traz pouca dignidade a quem manda nestas cidades. O que vale a pena partilhar é o silêncio que se fez sentir naquela sala enquanto ele contava a história e as lágrimas lhe vinham aos olhos.
Após aquela história, a discussão sobre a legalidade, as leis, coisas juridicas começou. Ele continuava encostado à mesa, e eu não vi, mas acredito que tremesse de nervosismo.
No final, após ver toda a gente envolvida na sua história, o Raul disse " Eu sei, eu estou entre amigos" " e desculpem, eu estou nervosissímo". Novo silêncio. Pesado.
Aquele homem olhou para uma cambada de desconhecidos e sentiu-se em casa. Percebeu que o compreendíamos. Algo tão simples, mas valioso para ele. Mesmo que ele nunca mais nos veja na vida.
No meio daquelas vinte e tal pessoas, houve um total desconhecido que se predispôs a contar a sua história.
Levantou-se, encostou-se à mesa e com o ar mais envergonhado que eu já pude ver num homem de 50 e tal anos e com uma voz em baixo tom começou " Olá eu sou o Raul, sou homossexual, e vou contar-vos a minha história e explicar porque me sinto discriminado, desde que perdi o meu companheiro, o companheiro de toda a minha vida"
Eu não vou partilhar a história, porque pouco interessa. E traz pouca dignidade a quem manda nestas cidades. O que vale a pena partilhar é o silêncio que se fez sentir naquela sala enquanto ele contava a história e as lágrimas lhe vinham aos olhos.
Após aquela história, a discussão sobre a legalidade, as leis, coisas juridicas começou. Ele continuava encostado à mesa, e eu não vi, mas acredito que tremesse de nervosismo.
No final, após ver toda a gente envolvida na sua história, o Raul disse " Eu sei, eu estou entre amigos" " e desculpem, eu estou nervosissímo". Novo silêncio. Pesado.
Aquele homem olhou para uma cambada de desconhecidos e sentiu-se em casa. Percebeu que o compreendíamos. Algo tão simples, mas valioso para ele. Mesmo que ele nunca mais nos veja na vida.
Não, eu não me vou esquecer quando ele disse " eu sei, eu estou entre amigos".
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