Eu queria escrever também um texto sobre Madrid.
Foi a terceira vez que visitei a cidade e espero que tenha sido a terceira de muitas.
Costuma dizer-se que procuramos e que projectamos nos outros aquilo que queremos e desejamos. Madrid reflecte algo de mim, ou do que eu gosto de ver na cidade : frenética,mexida,nocturna,cultural,grande.
Eu sou, definitivamente, uma mulher da cidade, que encontra tranquilidade numa rua pequena transversal à Gran Via. Que encontra felicidade naquele bar da calle Huertas. Ou que vê para além do óbvio no parque da cidade e no Palácio de Cristal, que faz da chuva a bater nas suas fachadas parecerem lágrimas sabe-se lá de quem.
A magnitude da cidade está na mesma altitude que o tom das vozes dos espanhóis está : alto, muito alto. Justifica o facto de ser uma real cidade, nem que seja pela realeza dos Reis que por lá mandam. E talvez o nome do clube principal da cidade até faça algum sentido.
Retire-lhe-se no entanto algum provincianismo e espontaneidade de certos madrileños.
Para qualquer lisboeta, Madrid apresenta um óbvio defeito : não tem mar, não tem rio, não tem o tal elemento liquído. No entanto, o elemento líquido é rapidamente um obstáculo ultrapassável, porque compensa-se com o elemento liquído do vinho e da cerveja que encontramos em cada esquina, em cada bar.
Este elemento líquido é necessário para resfriar do sabor caliente da cidade e que também passa para os nossos lábios - as tapas, os molhos, os fritos são intensos, e como em tanta coisa da vida, fazem mal, mas sabem tão bem.
E afinal, está aqui tão perto. Madrid me mata siempre.
1 comentário:
ainda me andas a massacrar pelo texto, mas repara, perdi a virgindade. é normal que Madrid tenha tido um efeito profundo em mim. eheh
siga à próxima cidade?
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