segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Solidão, amor e a montanha



Não se duvida que este filme seja um dos mais falados dos últimos tempos, e com grande coincidência chegou a Portugal com um timing quase que propositado. Não me lembro de discutir tão frequentemente com as pessoas sobre os homosexuais, sobre o casamentos dos homosexuais, sobre a adopção de crianças e etc. É ler jornais e revistas, é assitir a programas onde o público é chamado a dar a sua opinião, é olhar no fundo para a nossa realidade e lembramos nos que á bem pouco tempo duas mulheres portuguesas tentaram casar- se, e o rebuliço cresceu.

Nas conversas de café referimos nos ao filme como o filme dos : " cowboys paneleiros" "cowboys gays" "cowboys bixas" e por aí adiante. A verdade é que o filme é bem mais que isso, sejam as pessoas preconceituosas ou não. Ainda que possam ficar incomodadas com cenas intimas, com os beijos trocados e afins, se chegarem ao final daquelas 2h e pensarem que Brokeback Mountain é nada mais nada menos que uma (triste) e sincera história de amor e de solidão então conseguiram compreender o filme e atingir a sua essência. Dá que pensar e repensar sobre as relações humanas, sejam elas entre pessoas do mesmo sexo ou não.

Brokeback Mountain tem excelentes actores (palmas ao Heath Ledger e ao Jake Gyllenhaal ), uma bela fotografia e uma bela banda sonora. Aliás, tem muito mais que isso. Tem o poder de desmistficar muita coisa e de reforçar a ideia de que a opção de cada um só diz respeito a ele mesmo. Nós ,o resto, não temos nada a ver com isso.
Se é contra natura ou não... talvez seja. Mas o homem sempre gostou de desafiar a (sua própria) natureza.

A liberdade de cada um termina onde começa a do outro.



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