domingo, janeiro 31, 2010

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Wonder why

Esta semana foi sempre a correr.
No domingo, quando relatar a minha semana será compreensível.
Sendo assim, pareço o coelho branco da Alice. Sempre de um lado para o outro, a correr, a ver horas, que nada me pode escapar.

É por isso que amanhã vou apanhar uma boleia até ao país das Maravilhas.
Bom fim de semana.

quarta-feira, janeiro 27, 2010

falta de sensibilidade

A minha falta de sensibilidade perante os outros é por vezes uma coisa desastrosa.

Episódio 1 :
No verão de 2008, no festival MED assistia pela primeira vez a uma performance do duo Amadou & Mariam ( maravilhosos).
E eu, fascinada pela música deles, pelas vestimentas que usavam, e pelos óculos escuros que impunham em pleno horário nocturno, disse :
- Grande pinta, com aqueles óculos escuros!
- Kit Kat, são cegos.
- Ah.

Episódio 2 :

Ao ínicio quando fizemos as mudanças para o novo escritório, ao cruzar-me com diversas pessoas nas escadas do prédio, educadamente e com o meu melhor sorriso e dizia boa tarde ou bom dia, ou vá, boa noite.
Olhavam para mim e não respondiam.
Cambada de mal-educados ! pensei eu muitas vezes.
Até ao momento que percebi que no meu prédio de trabalho funcionava uma associação de surdos. Como é que eles me podiam responder se NÃO ouviam, Kit Kat?

domingo, janeiro 24, 2010

barreiras

Vivemos um tempo de barreiras e de bloqueios. Vivemos um tempo de boas intenções e poucas acções.
Julgamos que estamos a fazer muito, que estamos a dar o litro. Mas batalhamos e lutamos apenas na zona onde nos é confortável. Quando pressentimos que o comodismo e zona confortável nos foge do pés, a vontade tremelica como varas verdes e as boas acções ficam-se somente por palavras. A coragem, o romper das barreiras fica para mais tarde.

Quando a vontade começa a tremelicar, tentamos esconder essa falta de vontade e falta de tomates com inúmeras desculpas. "Ah é que eu", " Ah mas não sei" " Ah mas é que..."

Mas. Sempre mas. O mas nunca falha. Está lá sempre.
Há sempre uma desculpa para voltar atrás, há sempre uma desculpa manhosa e inventada ( mesmo que acreditemos muito nela), e nunca se diz a verdade. As desculpas, são como o "mas". Nunca falham.
Nunca se tem a coragem de dizer " Não tou para isto". " Não gosto disto" " Não quero abdicar disto" " Não me aptece fazer isto". Em qualquer situação que seja.
Quando queremos, não há comodismo nem medos que nos assustem.
Quando queremos não temos medo que a zona confortável fuja dos nossos pés. Só temos medo do que queremos fuja e nós nunca o consigamos apanhar.

O Feiticeiro de Oz tem razão. Falta coragem.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

pois....

Ainda não descobri uma co-piloto do avião do amor.
Sou mais do tipo passageiro frequente, a acumular milhas.


By George Clooney

segunda-feira, janeiro 18, 2010

Avatariei-me toda

- Eu não vou ver o Avatar!
- Kit Kat, tens que ir ver o Avatar, mas em 3d. Vale bem a pena. ( esta frase foi repetida várias vezes)

E eis que de rompante pegam em mim, e sem tempo de reagir, obrigaram-me a entrar na sala de cinema.
Olhei para aqueles óculos, olhei para os meus, e vamos a isto.
Quarenta e cinco minutos depois de começar a ver a renovada história da Pocahontas, mas com uns tons azulados, misturada com o desgraçadinho em cadeira de rodas, que ah, a oportunidade que a vida lhe dá é correr e saltar e voar em cima de um passarão, e da Sigourney Weaver tentar fazer um filme que lhe dê fama sem ser o Alien, fico maldisposta.
Maldispostissíma à séria,com muita vontade de bolsar. Não sei daquilo que comi, se do visionamento tecnológico 3d.
Ponderei três vezes em sair da sala. Nunca saí. Mas quis que o tempo passasse muito depressa.Para além de estar com o estômago às voltas, de dar voltas de incómodo na cadeira, em determinadas alturas pensei que estava a alucinar, que tinha tomado uma grande dose de ácidos. Em alguns momentos de filme, que são passados à noite, a mistura de cores fluroscentes é tão surreal, que julguei estar sob o efeito de drogas.
Como podem ver, foi uma experiência absolutamente agradável.

Sim, o filme é muito realista e blablabla e tem uma tecnologia brilhante e blablabla, mas se durasse 1h30, em vez de 3h era também bom. Não me lixem e não ponham o Avatar a ganhar 12 óscares. A tecnologia não é tudo.

Viva o Cinema Paraíso e a rudimentização do cinema.

E não se atrevam a chamar-me conservadora e intelectual e atirar insultos, ovos podres e tomates ao meu blog.

domingo, janeiro 17, 2010

devo um pedido de desculpas

Devo um pedido de desculpas ao Legendary Tiger Man.
A versão desta música com a Maria Medeiros chamou-me à atenção, e descobri um albúm maravilhoso chamado Femina.
A próxima vez que o vir a passear na Avenida da Liberdade ( como já o vi várias vezes) vou pedir-lhe desculpa por nunca ter prestado atenção à sua música.
Mas vou sempre a tempo.

These boots are made for walking.

You keep saying you've got something for me.
something you call love, but confess.
You've been messin' where you shouldn't have been a messin'
and now someone else is gettin' all your best.

These boots are made for walking, and that's just what they'll do
one of these days these boots are gonna walk all over you.

You keep lying, when you oughta be truthin'
and you keep losin' when you oughta not bet.
You keep samin' when you oughta be changin'.
Now what's right is right, but you ain't been right yet.

These boots are made for walking, and that's just what they'll do
one of these days these boots are gonna walk all over you.

You keep playin' where you shouldn't be playin
and you keep thinkin' that you´ll never get burnt.
Ha! I just found me a brand new box of matches yeah
and what he know you ain't HAD time to learn.

Are you ready boots? Start walkin'!

Men are not nice guys ( primeiro de 2010)

Keanu Reeves

sábado, janeiro 16, 2010

uma questão de óculos

Uma das minhas (poucas, ou quase nenhumas) resoluções para 2010 era passar a usar mais lentes de contacto e menos óculos.
Nunca tive complexos de ser caixinha de óculos, mas estou farta deles. Quero poder usar lentes quando me apetecer.
Agora, não deixa de ser verdade que um homem com óculos ( mesmo que seja só para usar quando está ao computador) dá-lhes um charme fantástico.
Viva.

alto
moreno
com camisa
e uns óculos que podem ir enfeitando
ps. este modelo é meramente ilustrativo

segunda-feira, janeiro 11, 2010

não me lixem

Sábado à noite.


Reune-se um grupo de moças para passar uma noite agradável.
Perdem a cabeça e decidem ir sair à noite, visto nunca o fazerem.
Olha vamos ali experimentar um novo espaço ali assim onde já foi o Queen´s. Então vamos lá.

Entramos, uma coisa clean, branca, com pouca decoração, agradável para a primeira vista, sobretudo porque havia pouca gente.
Ocupamos uma das mesas de pé alto que por lá se encontram.
No meio da pista, está uma jaula. Tudo bem. Nada de novo.
De repente vejo passar um anão vestido à arabe com um turbante na cabeça. Tudo bem, anda aqui a animar, só para ser diferente.
Olho de novo vejo o anão de turbante na cabeça a entrar na jaula e a dançar (melhor, a roçar-se) nas grades da dita jaula.

“ Epá... o que se passa aqui?”
O anão está-se a passar. Vai ficar a noite toda naquilo?
Ainda não tínhamos visto nada. Eis que uma, duas, três miudas vão perdendo a cabeça, metem-se na jaula com o anão, o anão finge que dança sensualmente, e assiste-se a um pequeno freak show.

Não satisfeito com as voluntárias que se vão oferecendo, o anão de turbante na cabeça decide uma nova estratégia : rouba de surra as malinhas das senhoras, e vai para dentro da jaula fazer malabarismos corporais com as malinhas, várias flexões, e claro, obriga as mulheres a entrar dentro da jaula, visto elas quererem recuperar o seu pertence.
Em seguida é todo um rol de imagens que não me sai da cabeça, visto a surrealidade da questão.

Deixa de ser uma discoteca, para ser uma data de gente encostada ao seu lugar a ver um anão de turbante na cabeça a fazer figuras, juntamente com as vítimas – umas por quererem, outras por aqui assim as coincidências da vida assim as fizeram.

Nenhuma de nós teve pesadelos, mas um cenário daqueles
deixa marcas. Profundas.

sábado, janeiro 09, 2010

quinta-feira, janeiro 07, 2010

coisas que eu podia ter sido, mas não fui

O que poderia ser se não tivesse seguido o percurso profissional que segui?

1. Enóloga

Baco. Néctar dos Deus. Tinto. Branco. Verde. Rosé. Do Porto. De mesa. Frutado. Amargo. Docinho. Aperitivo. Em qualquer ocasião, um bom vinho dá o toque final.
Criar vinhos, cuidar da produção, procurar fazer um produto de óptima qualidade. Estou em país de tradição de vinhaça. Porque não
?


2. Médica

Ali de batinha branca, ô sôtora que me dói aqui assim abaixo do rim e a minha artrite não me deixa descansar. Confesso, sempre tive um pequenino desejo em ser Psiquiatra.

Talvez pelo meu longo percurso de contacto com pessoas avariadas do sistema, que não lembram nem ao menino jesus.
O Júlio de Matos é que deve ser um belo local para trabalhar.



Mas depois assento os pés na terra, e lembro-me que desde que sou pessoa que o que me interessa são as letras, as artes, e o subjectivo. Uma prodigiosa escritora, que na primeira classe escreveu a melhor redacção da sua classe em que o tema era abelhas. Que escrevia livros com 12, 13 anos e os encadernava com linhas de lã coloridas, ou ia a papelaria manda-los encadernar.

Nunca quis saber das matemáticas, das químicas, das físicas, do certo, do objectivo, das contas.

Sou o que sou. Mas isso não me impede de pensar o que teria sido se me tivesse alinhado no Agrupamento 1, Agrupamento das Ciências.

não creio que haja melhor frase que esta

“O valor das coisas não está no tempo que elas duram mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.

Fernando Pessoa

I rest my case. Nada mais a acrescentar.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Primeiro post de 2010

andei a pensar sobre qual seria o primeiro post de 2010.
pensei em algo simbólico. mas como não cheguei a conclusão nenhuma, coloco uma música que apanhei de repente na rádio e que tem uma letra fantástica. fala por si própria.

Bom ano.





Não estou com grande disposição
p'ra outra enorme discussão
tu dizes que agora é de vez
fico a pensar nos porquês
nós ambos temos opiniões
fraquezas nos corações
as lágrimas cheias de sal
não lavam o nosso mal

e eu só quero ver-te rir feliz
dar cambalhotas no lençol
mas torces o nariz e lá se vai o sol

dizes vermelho, respondo azul
se vou para norte, vais para sul
mas tenho de te convencer
que, às vezes, também posso...

ter razão!
também mereço ter razão
vai por mim
sou capaz de te mostrar a luz
e depois regressamos os dois
à escuridão

Se eu telefono, estás a falar
ou pensas que é p'ra resmungar
mas quando queres saber de mim
transformas-te em querubim
quero ir para a cama e tu queres sair
se quero beijos, queres dormir
se te apetece conversar
estou numa de meditar

e tu só queres ver-me rir feliz
dar cambalhotas no lençol
mas torço o meu nariz e lá se vai o sol

dizes que sou chato e rezingão
se digo sim, tu dizes não
como é que te vou convencer
que, às vezes, também podes...

(Escuridão)

ter razão!
também mereces ter razão
vai por mim
és capaz de me mostrar a luz
e depois regressamos os dois
à escuridão

Atenção!
os dois podemos ter razão
vai por mim
há momentos em que se faz luz
e depois regressamos os dois
à escuridão

Jorge Palma, Escuridão ( Vai por mim)