Esta semana tive a oportunidade de assistir, de madrugada, a mais um " Toda a Verdade" na Sic Notícias.
O tema da reportagem era o negócio ( de milhões, como asseguarava o jornalista) das extensões de cabelo. Afinal, de onde vem tanto cabelo? Da Índia e daqueles que sacrificam o seu cabelo em nome da religião e das suas crenças. E para que lhe rapem o seu cabelo, ainda pagam 15 rupias, o preço de uma refeição.
A reportagem começava num super-fashion salão de cabeleireiro parisiense, onde a lista de espera para colocar extensões é grande - uma semana.
Os preços para esta vaidade são exorbitantes : cada extensão pode custar 10 euros ( e como não se coloca três ou quatro extensões) o jornalista falava com senhoras, muito orgulhosas do seu cabelo, e que tinham acabado de gastar 1000 euros para fazê-lo. Segunda uma das senhoras entrevistadas - " a beleza não tem preço".
O cabelo é recolhido nos templos, sendo que em cada um desses templos existem duas ou três raparigas que são pagas para recolher o cabelo e metê-lo em recepientes, depois seguindo para a Europa ( neste caso, para Itália, passando por algumas transformações químicas de cor ) e mais outras centenas de mulheres são depois pagas para fazer uma triagem de pequenos cabelos negros em grandes cabeleiras loiras, já descoloradas. Este processo é feito na Ìndia, porque sempre que não se consegue descolorar a 100% uma cabeleira, a matéria prima volta à origem.
Na Índia rapam-se cabelos por motivos religiosos ( e porque a grande maioria não tem mais nada para oferecer às divindades), dando pouca importância ao ego. Assim, isso serve para encher o ego às senhoras ocidentais, onde acredito que a maioria desconheça de onde surge o cabelo que elas colocam na sua cabecinha. E o mesmo acontece com os indianos : não sabem o destino do seu antigo adorno capilar.
Cada um é livre de fazer o que bem entende, de gastar o seu dinheiro como prefere, mas ficou-me na cabeça o preço das extensões - 1000 euros e o valor médio de um salário na Ìndia : 30 euros.