quarta-feira, maio 30, 2012

mistério

Há um mistério por resolver com um dos vizinhos do meu prédio.
Neste caso, a vizinha do 1º andar.

Nacionalidade indiana (assim aparenta), muito magra e sorridente e que gosta de me cumprimenta como "olá amiga".
Ultimamente, e sempre que passo à porta do seu apartamento - seja a que horas forem, dou-me com o seguinte cenário :
Meia despida ( normalmente só com uma camisa comprida) com uma embalagem de alcool na mão, dois ou três sacos no chão e na mão. Parece que está sempre a desinfectar alguma coisa que estará nos sacos, que honestamente parecem não ter nada lá dentro a não ser mais sacos.

O mistério está a dar-me cabo do espírito.
Se reconhecerem os sintomas, por favor, esclareçam-me.

Stevie

A cada dois anos repito exactamente o mesmo "Não, este ano não vou ao Rock in Rio. É muito caro e não vai ninguém que interesse."

Arranjaram-me bilhetes bem mais baratos para ir ver o Stevie Wonder e sendo assim, sou feliz.
De bónus, vou passar o concerto do Bryan Adams a cantar todas as músicas,sentir-me como se tivesse 16 anos e me encontrasse em plena histeria da adolescência.

Vai ser muito agradável.
 



quinta-feira, maio 24, 2012

Odeio o Marc Jacobs

O único estilista topo de gama que aprecio e de que seria capaz de vestir qualquer trapo é o Marc Jacobs.



Esta saia com uns pius pius passou-me à frente para me infernizar o espírito.

Raios a partam.

muita hormona adulta junta

O telemóvel toca e dá a notícia de que o bébé nasceu - mãe e filha bem, o pai meio desesperado por ter duas mulheres em casa

colamo-nos à net - vou casar vou casar vou casar

olha-se para a agenda - casamento para ir ( vestido para comprar)

e chega-se à conclusão que, ou estamos na idade de ver estas coisas acontecerem mais frequentemente, ou que a crise tanta afasta as pessoas de alguns valores, como os reforça. Não haverá nada mais forte que as ligações (verdadeiras) que as pessoas criam e que se comprometem a fazerem-se felizes e a trazerem bebézinhos ao mundo.
Tudo bem. Eu assisto, eu aplaudo, eu emociono-me, resumindo, fico feliz.
Mas a certa altura esbugalho os olhos e penso " Oh meu Deus, estou a ficar adulta!!!!" 

A minha alma sensível e chorona não sabe se aguenta possíveis casamentos em catadupa e possíveis bébés a vir a este mundo. 
 Por favor, tenham piedade de mim e vão-me avisando, devagarinho, com antecedência, para que me possa preparar como deve ser.


terça-feira, maio 22, 2012

A história não acaba assim

Step by step.

Day by day.

Todos os dias acordo a acreditar que o dia corra bem.
Todos os dias me deito a pensar que já faltou mais para a nuvem negra passar.

segunda-feira, maio 21, 2012

Há festa em casa no próximo fim de semana

Achei que a decoração da minha casa estava a precisar de um novo elemento.
Sendo assim, comprei uma bola de espelhos, até tem umas farripas e tudo, e fica lindamente na minha sala.

Por isso, vou fazer da minha sala uma disco no próximo sábado.
Estão todos invited. A senha para entrar é : consigo ter vestidos no armário bem piores que este.

sexta-feira, maio 18, 2012

uma questão de existencialismo

Sou caixa de óculos.

Desde os 9 anos que o sou e até há bem pouco tempo, adepta fanática das lunettes, em detrimento de lentes de contacto.

Apesar de utilizar cada vez mais as lentes, em breve vou comprar umas lunettes novas, visto que as em presente utilização estão escafiadas até ao seu limite.
É por isso, um grande momento de tensão para mim, de tomar a decisão de escolher um acessório que tanto diz sobre ma personne e que tantas horas me acompanha. A responsabilidade é máxima e as hipóteses de falhar terão que ser mínimas.

Grandes, de massa? Pequenos, minimalistas?
Pretos? Azuis?
Bicolores?
Da CK? Da Vogue?

A vida de uma caixa de óculos não é fácil.

too much information

Consumimos todos demasiada informação.

São muitos telejornais, muitos jornais online, muitas aplicações no telemóvel para ver as notícias e saber o que se passa. E com tudo a mudar minuto após minuto (safa, que canseira) uma pessoa cansa-se, aborrece-se, ou pelo menos eu, estou a começar a sentir-me assim.

Tou farta de ver tanta notícia e saber tanto do mundo. Ainda por cima, só coisas muito boas que se passam.
Vou fazer uma pausa e passar por eremita durante uns dias.

Isto implica igualmente não ler o feed do Facebook, onde as notícias são replicadas 300 vezes por segundo.

quinta-feira, maio 17, 2012

uelá lá lá

Virei céptica e tinha retirado isso dos meus planos. Achava que só iria acontecer aos outros.

E aos 27 anos tinha aceite uma certa condição de solitária, sem preconceitos, e sem ouvir os outros que me franziam o sobrolho e diziam " Epá, a sério, és tão nova... Está calada pá!"

Com uma amachucadela do lado esquerdo do peito, tão permanentemente e típica minha, já tinha aceite não disponibilizar mais o meu coração. Sem uma ou outra brutal cabeçada que dei, não chegaria de certeza, onde cheguei, e não era a Kit-Kat que sou, e de que alguns de vocês gostam.

O sonho, o sorriso, os olhos a brilharem. A cumplicidade, o poder partilhar, afinal também estavam reservados para mim.

Portanto, caguei para essa merda toda e sou feliz.

Assim não dá


Tirem-me esta tipa da frente, sff.
Quero lá saber que seja realeza.
É que é elegante, bonita, e está sempre impecavelmente bem vestida, sem nunca ter que mostrar o pernil, a mama ou o rabo.

Estou a ver-me grego

Olá, tudo bem?

Bem, obrigada.

Todas as expressões chamadas "populares" têm a sua origem. A "estou a ver-me grego" nunca fez tanto sentido. Certamente que há muito, muito, muito tempo atrás o conceito de grego estaria relacionado com alguma dificuldade.
A História repete-se, está visto.

Estão os gregos a verem-se muito gregos ( o patriotismo inchadíssímo e em altas) aparentemente a borrifarem-se para isso, e o resto da malta a assitir ao festim, com iogurtes gregos e queijos feta à mistura (para quem não sabe, estes dois ingredientes são a base da alimentação grega. E por este andar, deixaram de ser a base para serem os únicos.)
Como vão todos ficar muito magrinhos só a comerem iogurte e queijo, vão todos caber na sua linda ilha de Santorini e todos vão emigrar para lá, deixando na parte continental a responsabilidade e os dois dedos de testa. O terreno será possível de alugar, e quem sabe, poderão fazer dinheiro a partir daí.

Atenção, não tenho nada contra os gregos. Só estou um pouco aborrecida de se estarem a portar um bocadinho mal.

Não gostaria de evoluir de um "estou a ver-me grego" para um "estou a ver-me europeu"


quarta-feira, maio 16, 2012

Gangsta alfacinha



Se algum dia derem conta de estarem a passear numa viela estreita e apertada, num dia quente de verão e de repente entram no primeiro café que vos surge no horizonte para comprar uma gelada garrafa de água, e ao entrarem, reparam num grupo que vos parece de gente estranha, que vos olha de alto a baixo, porque estão reunidos para falar de coisas que não querem que vocês ouçam, talvez seja um grupo de gansters alfacinha, ao estilo da Crónica dos Bons Malandros.

Assegurem-se que nesse dia, a banda sonora para essa cena é destes senhores.

(Ando a topá-los faz tempo. É bem merecido o empurrãozinho que o Anthony Bourdain lhes deu no seu "No Reservations". Daqui a uns dias estão a tocar na festa da estreia do filme " Cosmopolis" do David Cronenberg, em Cannes.)
Auspicioso.

domingo, maio 06, 2012

dos artistas em Portugal

"É lamentável que Portugal se vergue perante o pior que chega dos quatro cantos do mundo(...) Do Brasil aos EUA, importamos diariamente milhões de euros de música de péssima qualidade(...) Mudar isso?(...) Qualidade não falta. Falta maturidade e autoestima aos sucessivos "gabinetes" criados para o efeito(...) Basta mudar a imagem que temos de nós e exportaremos mais música. Não há outro, nem melhor embaixador dum país que a sua Cultura. Desenganem-se, senhores políticos passageiros".

Pedro Abrunhosa in Visão, edição 1000, 3 de Maio de 2012

"Perdem-se valores que podiam ser explorados e até exportados. Tem havido sempre uma ignorância total em relação a este potencial de exportação. Acho que há uma falta de visão muito grande, não se olha para essa realidade, quando ainda por cima tens exemplos de outros países, como o Canadá ou França, que têm gabinetes de exportação para a música e que dão lucro. Em Portugal tem-se a perspectiva de que os artistas são um peso. Pode ser exactamente o contrário, podem ajudar a gerir esta crise."

Paulo Furtado in ionline, 2 de Maio de 2012

quinta-feira, maio 03, 2012

Vida alugada

Trabalhar por conta de outrem é como alugar casa.

Todos os meses fazemos das tripas coração.
E nada daquilo será algum dia nosso.