quinta-feira, setembro 06, 2012

uma escritora em desenvolvimento desde há 27 anos

Desde criança que as artes e as letras fizeram parte da minha existência. Sobretudo a escrita.Ainda me lembro de uma redacção que fiz sobre as abelhas, e onde fiz o brilharete da turma.

Na preparatória arranjei coragem e partilhei as minhas escritas e histórias com os meus colegas e amigos. Escrevia em folhas A5, e em vez de as agrafar, juntava-as com uns fios de lã. Fazia umas capas bastante pré-históricas no Word, com uns bonecos retirados do programa, e assim era. Claro, não havia quem não gostasse, quem não elogiasse e desse força para continuar.

Escrevi uns 3. Fui parando. Parando, parando....Depois disso, fui rabiscando as palavras e os sentimentos nos cadernos onde desabafava os meus melhores e piores momentos. No final das contas, a escrita nunca me deixou, apenas escrevia sobre aquilo que sempre gostei menos de escrever e sobre o que menos bem sei falar : a minha rica vidinha e os tropeços da minha existência!

Se me perguntassem realmente a sério, talvez ser escritora de profissão fosse um verdadeiro sonho. Viver da escrita, neste país (ou em qualquer outro) deverá ser um privilégio. Crises de criatividade, são elas assustadoras, mas o hábito de escrever treina-se. E quanto mais se escreve, mais se quer escrever. A escrita torna-se uma tal responsabilidade, que, escrever será igual a redigir uma proposta para um cliente, como no chamado trabalho de "escritório".

Talvez ainda guarde cá dentro, um sonho de pelo menos escrever um livro, uma história, que valha a pena lutar por ela, de editá-la. Mas é um sonho difícil de gerir. 
Começo a escrever, paro.

A história desagrada-me, escrevo 2 páginas.
Não encontro nenhuma história, não escrevo.

Sigo agora uma estratégia que gostaria que resultasse: ler muitos livros de seguida, ver mais filmes que o habitual, para que o brainstorming nesta cabeça dê qualquer resultado. Ou encontrar alguém que me dê um empurrão, com um início de história. Que me o ofereça conscientemente, ou sem se aperceber.


Quem sabe, um dia.


1 comentário:

sushi mata disse...

fazes o favor de sair do meu cérebro? obrigada.

(como me revejo nas tuas palavras)