segunda-feira, junho 26, 2006

Aquele sofrimento

Vamos ser sinceros : jogo de Portugal não o é verdadeiramente se não sofrermos, se não roemos as unhas durante quase todos os 90 minutos, se não suspiramos de alívio de cada vez que a equipa adversária tenta rematar à nossa baliza e por qualquer razão ganhamos um pontapé de baliza. Ver jogos de Portugal é ver passar os minutos muito devagar e sentir que os últimos 5 minutos de jogo são insuportáveis de aguentar.

Ontem foi difícil, foi inimaginável, foi português a 100%.
E para o próximo jogo vamos querer todos comprar uma grande dose de calmantes ( desta vez o sabor não será a laranja) – ou talvez não, porque pelos vistos nos dá um certo gozo sofrer de uma certa ansiedade futebolística compulsiva-obsesiva-mais qualquer coisa terminada em iva.

Abri aqui no meu blog um espaço ao futebol. Não quero que seja o último, pelo menos nos dias que se avizinham.

sexta-feira, junho 23, 2006

Viaggiare

Decidir o destino, saber a data, olhar para o bilhete e saber que é nosso. Fazer planos, dizer aos amigos que não podemos estar com eles nessa altura porque vamos estar ausentes. Partilhar os pensamentos e as expectativas com quem vai connosco. Partilhar na mesma com quem não vai e não se importa de nos ouvir. Faltar 2 semanas e estar ansioso. Faltar uma semana e não conseguir aguentar a vontade de voar. Faltar um dia e gostar da agitação do último dia - fazer a mala, verificar bilhete e passaporte, saber a que horas e com quem vamos até ao aeroporto. Não dormir na noite anterior porque o nervoso miudinho não deixa. Simplesmente não dormir e ir para a borga, porque dormimos no avião.
Chegar ao aeroporto, arrastar a mala ( ou as malas) com uma mão e na outra segurar o bilhete. Check in. E é tempo de espera. Passa devagar, devagarinho. O levantar vôo, a impressão no estômago, a boa comidinha do avião, o sobrevoar e o aterrar.O cansaço de uma viagem de avião, mas o chegar a um outro sítio, país, local que nunca estivemos, mas que sempre quisemos ir. Ou aquele local onde já estivemos e não nos fartamos. Inspirar o ar daquele local. E sentir a diferença.
Regressar a casa depois de uma GRANDE viagem. Seja ela de 2 semanas ou de 4 dias. Que saudades de viajar.

quarta-feira, junho 21, 2006

The truth is out there




Não pensei que fosse possível, mas é verdade - voltei aos meus 15 anos, quando religiosamente às segundas feiras punha a gravar o canal 4 ( dizem que se chama TVI) a partir da meia noite. Na terça feira era o entusiasmo de chegar a casa depois das aulas, almoçar, sentar me no sofá e assitir ao episódio.
Não, nunca tive a mania das conspirações, nem nunca quis ter um ET como melhor amigo. Também não acho que o governo americano seja o papão. Embora o George Bush dê indícios que de facto, há vida vinda de outros planetas.

Agent Fox Mulder e Dana Scully, tinha saudades!

sexta-feira, junho 16, 2006

o presente nunca aberto


Ontem abri o presente que nunca chegou às mãos que deveria ter chegado. Demorei alguns meses, quando de novo, o descobri, perdido na imensidão do meu pequeno quarto.
Olhei para aquilo, e achei que era mais que tempo de deixar ser o presente que nunca foi aberto - é um presente para mim. Só para mim. Espero que do outro lado não existam recordações minhas, porque a única que existia deste lado já foi apagada.
Ainda bem que o tempo é o melhor amigo, nunca me desiludiu.



quinta-feira, junho 15, 2006

O final e o início de tudo e de quaquer coisa



O curso terminou. A Católica deixou de ser a segunda casa - vai deixar de ser o local a que todos os dias nos dirigíamos quando o despertador tocava. Aquelas salas sem condições vão deixar de ser as nossas, aquele edifício velho vai deixar de nos acolher.
Aquele bar com cadeiras vermelhas vai deixar de ser o nosso ponto de encontro. O local onde fizemos os trabalhos, o local onde ficávamos para nos baldar e ficar a conversar. Vai deixar de ser o sítio onde trocámos segredos, confissões, cusquices, impressões. Já disse adeus aos meus croissants prensados com manteiga.

As aulas terminaram. Os atrasos de meia hora acabaram. Os baldanços também. O estudar para frequências ( se é que realmente existiu) terminou. O cabular, o partilhar de cábulas, o fotocopiar cábulas, o fazer cábulas de tesoura e cola nas salas da biblioteca terminou.
Os apontamentos partilhados não serão mais precisos. O fotocopiar de apontamentos que não seriam supostos de ser partilhados terminou. As idas intermináveis à reprografia terminaram. O stress dos trabalhos em grupo terminou. o stress dos prazos exigidos pelos professores terminou.

Dissemos adeus aos :

" Tens apontamentos das aulas? Posso fotocopiar? "
" Nao estudei nada, preciso que me expliques a matéria". "Vais à aula?. " Vem comigo á reprografia" " guarda lugar para mim na sala" " vou chegar atrasado" " que nota tiveste? "
Está tudo na memória.
Lembro me de me terem dito " aproveita os teus anos de faculdade, são os melhores".
Tinham tanta razão... já tenho saudades de tudo, da vida de estudante, da irresponsabilidade misturada com o dever de ser estudante.

Alegra me pelo menos que o que tiver que vir no futuro também vai ser bom, e que os meus colegas( amigos ) são os melhores do mundo.

quarta-feira, junho 14, 2006

Consultório de psicologia - parte 3


3º e último mecanismo assassino, segundo Jacques Arènes : " os que se sentem responsavéis por tudo".

Consideram -se os autores da própria vida, e assumem todas as responsabilidades por todos os seus fracassos. Os seus, os dos seus pares, e inclusive dos seus amigos. A hiperesponsabilização pode traduzir-se de duas formas : angústia permamente ou vitimização constatnte. O importante é pedir a opinião dos outros, e claro, ganhar distância crítica em relação aos acontecimentos e às pessoas que lhes esttão próximas. Só assim se torna possível fugir a esta espiral perversa de auto-acusação ou justificação.

( Fonte : Editorial revista XIS, 3 de Junho de 2006 )

Foi o meu contributo para serem mais felizes.

terça-feira, junho 13, 2006

Consultório de psicologia - parte 2

Como prometido, o consultório continua.
Hoje, o segundo mecanismo assassino dá pelo nome de " viver permanente à defesa" - pessoas que querem controlar os acontecimentos para se protegerem e não arriscam nada no plano afectivo. São pessoas que se constroem muito sozinhas, estabelecem metas demasiado ambiciosas, e num relação afectiva possuem níveis de exigência desmedidos. Ninguém lhes serve, porque estão reféns dos seus próprios medos e ficam presos às suas ideias e ideiais inalcançáveis.
O importante é baixar as defesas, identificar os medos e claro, aceitar correr riscos - porque caso contrário, arriscam a passar ao lado da própria vida.
Hoje, vamos continuar a tentar a ser mais felizes.
E agora vou estudar e ouvir jazz.

domingo, junho 11, 2006

Consultório de psicologia - parte 1


Abro aqui um espaço sem precedentes no blog ( e no futuro mais nenhum precedente será aberto), onde dedicarei 3 posts à pseudo-psicologia.
Segundo o psicanalista Jacques Arènes possuímos as " nossas estratégias de sabotagem" e aos "mecanismos assassinos".

Hoje dedico o post ao primeiro mecanismo assassino : ruminaçao constante. É o sentimento daquelas pessoas que passam a vida a ruminar as suas mágoas e acreditam viver do outro lado da vida. Têm menos oportunidades que os outros, e são menos amados. Desperdiçar a nossa energia com esta ruminação é um desperdício fatal e muitas vezes inútil. A solução é existir uma percepção maior sobre a liberdade que temos de ter para lidar com a falta de amor ou com a adversidade.

Vá, vamos ser um pouco mais felizes.

quinta-feira, junho 08, 2006

FF, que é como quem diz Franz Ferdinand



This fire
Eyes, boring a way through me
Paralyse, controlling completely
Now there is a fire in me
A fire that burns
This fire is out of control
I'm going to burn this city
Burn this city
This fire is out of control
I'm going to burn it
I'll burn it
I'll burn it down
Eyes, burning a way through me
Overwhelm, destroying so sweetly
Now, there is a fire within me
A fire that burns
This fire is out of control
I'm going to burn this city
Burn this city
This fire is out of control
Then I, I'm out of control
And I burn
Oh, how I burn
This fire is out of control
I'm going to burn this city
Burn this city


Album - Franz Ferdinand
(Kapranos, McCarthy, Hardy, Thomson)


Foi com certeza um dos melhores concertos a que já pude assistir. Foram 6h à espera, foi fazer o frete de ouvir Keane, mas aqueles senhores são um máximo - obrigado por todas as poses, por todas as provocações, pelos acordes, pela energia. E aquele palco vermelho à cabaret manhoso estava perfeito. Viva o retro! Venham os Strokes!