terça-feira, julho 13, 2010

confesso-me

Ás vezes acontece. Uns dias estamos mais emocionais e deixamos os sentimentos darem largas à sua imaginação e liberdade e tomarem conta de nós. Soltam-se gargalhadas altas e contagiosas de felicidade. Ou correm cara abaixo lágrimas gordas - e que não param, porque querem sair, a bem ou a mal. Junta-se às lágrimas o entupimento momentâneo do nariz. Há quem conheça isto também como "chorar baba e ranho".

Aconteceu-me muito recentemente. Deixei que os sentimentos se descontrolassem e chorei baba e ranho. Senti tristeza, senti raiva. Julgava que chorava apenas por uma razão, mas depois apercebi-me que atrás de uma razão estavam mais umas quantas. Os sentimentos também são como o ketchup - quando aparecem, vêm todos de uma vez.
Não chorava assim fazia muitos meses.

Acordei no dia seguinte como se tivesse levado muita pancada, mas com uma grande leveza no espírito. Libertei nas lágrimas o que ainda não tinha conseguido libertar por palavras.
Por isso aquele choro me pareceu uma espécie de transe. Chorei nas lágrimas aquilo que teimo em guardar dentro de mim ( tenho uma certa tendência para ser mais racional que emocional) e que por variadas circunstâncias não me é permitido libertar em palavras.

Assim me confesso.

1 comentário:

sushi mata disse...

agora rezai três pais nossos e duas ave Marias para a redenção da tua alma.