domingo, dezembro 07, 2008


apareceste-me lá em casa, com 2 garrafas de vinho. O vinho de sempre, já nem precisávamos de conversar sobre qual o vinho que comprar porque era sempre o mesmo. Disseste que tinhas convidado muita gente para uma festa essa noite.
Maliciosamente puseste as 2 garrafas em cima da mesa e olhaste para mim. Querias que eu bebesse. Uma garrafa para mim, outra para ti. Soube-o, sem me dizeres nada. Sei de cor o teu olhar.
E bebemos, bebemos, e eu já não sabia parar. Estavam muitas pessoas em casa, mas eu só te ouvia a ti. O vinho encardia-me a língua, e dançava-me no corpo. Tu contavas-me coisas aos ouvido que eu não sabia e riamo-nos alto. Pusemos a música mais alta ainda, mas os vizinhos até gostavam. Os outros vinham ter comigo, a tentar distrair-me de ti. Faziam o mesmo contigo. Mas eu sabia que aquela noite ia ser nossa.
Riamo-nos alto. Mas tão alto. Mas ninguém entendia as minhas piadas e o porquê das tuas gargalhadas. Às vezes dizias coisas que eu não entendia. eu obrigava-te a repetires 3 vezes. Tu desesperavas e dizias que o vinho já começava a fazer efeito. E eu replicava-te que estavas mais bêbado que eu.
Tu dizias que não, levantavas-te do sofá, pegavas numa das gajas da festa e dançavas com ela. Eu não tinha ciúmes, porque eu sabia porque o fazias.
Estavas a provocar-me, porque é essa a tua natureza. Conheço-te bem. Eu virava a cara para te fingir que me importava. Porque tu gostas de ver as minhas reacções, mesmo quando não te preocupas com elas.
Eu levantava-me do sofá e ia buscar mais um copo de vinho, já não sei de que garrafa. Já andava torta e a rir-me para todos. Algum deles me agarrou e eu ri-me. Tu não te importaste, nem sequer fingiste que olhaste. Sabias que ia acabar a noite contigo.
Os outros invejavam-nos naquela noite. Sabes porquê? porque eles olhavam para nós e sabiam que nós iamos terminar a noite na mesma cama. Faziamos faísca mesmo estando cada um na sua ponta da sala.
E de repente, sem eu me lembrar como, estavamos no quarto.Tu tinhas-me puxado pela mão a dizer-me que tinha que me deitar, porque só fazia disparates. E eu sabia que o grande disparate estava para vir.
Com o barulho ensurdecedor da música da sala, dos risos dos outros,eu já não ouvia nada. Nem tu. Concentramos-nos em nós.
Tínhamos esperado tanto por aquilo. Acabámos satisfeitos.

Sem comentários: