quinta-feira, setembro 10, 2009

era uma vez...

Numa determinada altura da minha vida, apaixonei-me perdidamente por um tipo. Não era o Brad Pitt da zona, mas tinha um charme que me era irresistível. Conhecemo-nos de uma forma particular, que não interessa ao caso. A química nasceu ali, naquele dia. Apesar disso, não tínhamos praticamente amigos em comum, o que levava a que estivéssemos juntos poucas vezes. Jantámos uma vez. Saíamos todos em conjunto de mês a mês. Falávamos por vezes no messenger e ao telefone. Ele nunca me confessou o quão c*brão era. Mas ele sabia que eu sabia que ele era da pior espécie. Não tinha pudores. Nunca nos envolvemos. Tínhamos uma química brutal. Quando eu chegava ao local onde ele estava e os nossos olhos se encontravam havia ali um segundo em que a Terra parava. Havia um baque dentro do meu corpo e no meu coração. Quando estávamos juntos, o meu lado lunar dizia-me " salta-lhe para cima salta-lhe para cima" a toda a hora. Ele ria-se, eu esforçava-me por não me babar. Ele mexia no cabelo, eu esforçava-me por não me babar. Ele contava uma piada, eu ia ao céu. Era um babanço por aquele tipo ( acabei de inventar este conceito) inacreditável. O pior é que ele lia-me os olhos e a alma com uma facilidade inacreditável e a uma rapidez assustadora. No entanto, ele também não se poupava a babar-se ligeiramente, e o lado lunar dele deve ter-lhe dito muitas vezes " salta-lhe para cima também". Adorava andar em cima de mim. Aproveitava qualquer oportunidade para estar em contacto comigo. Lembro-me tantas vezes da sensação do que é estar num bar, de estarem dez pessoas de um grupo, de nós conversarmos os dois, e é como se nada mais existisse ali à volta. Eu só o via a ele. Ele insistia em falar comigo e colocar a cara dele em cima da minha. Tinha alma de provocador nato.O tipo tinha timings e jogadas impressionantes. Lembro-me de um dia, escrevinhar no meu caderninho que tinha que esquece-lo, porque era tudo platónico. Tinha decidido que sim. Passado meia hora desta decisão interior, ele decide dar-me noticias depois de não falarmos à bastante tempo. Foi sempre assim. E outras coisas dentro do género, que não quero partilhar. Não sei como é que ele fazia aquilo, nunca soube. As nossas energias estavam por demais ligadas. Adorávamos os dois aquela mística do platónico.


Tinhamos os dois um gosto por um constante risco do jogo do rato e do gato. Nunca nenhum homem tinha tido o poder de jogador como aquele. E ele via em mim alguém com quem podia jogar com toda a facilidade.
As coisas nunca avançaram porque ele talvez não tenha querido, e lá no fundo eu também. Não estávamos para aí virados.
Temo que caso nos tivéssemos envolvido, a coisa tinha-se desenrolado seriamente para algo… sério. Mesmo.
Com o tempo afastamo-nos. O meu medo, é que a qualquer altura da vida nos encontremos de novo. Eu nunca lhe contei directamente o que sentia por ele. Mas eu acho que ele sempre soube.

4 comentários:

arturzinho disse...

era o xor hugo?

Kit-Kat disse...

que disparate.....!

Kit-Kat disse...

mas agaora apanhaste-me..era ele era artuzinhO! que sensibilidade a tua..!

sushi mata disse...

esta aí uma bela história.. ate me "senti" nela..